Oficina: Gênero musical
1- ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR
É importante desenvolver atividades voltadas para a música nos contextos educativos, uma vez que esta relação com o som, com a visualidade ocupa hoje um importante lugar nas manifestações culturais e na aprendizagem, já que neles circula um grande suporte de informações e de ações culturais. Assim, pela via da cultura e da arte, a palavra cantada deve estar presente no currículo escolar, uma trilha que nos conduzirá ao entendimento no processo de educar, da formação da sensibilidade de jovens e crianças nos diferentes espaços de formação.
Procurar manter sua magia de maneira a senti-la, não como um elemento, um código a ser simplesmente sinalizado e interpretado por si só, mas associada à música, à sonoridade, à visualidade, à plasticidade que ela contém. São ações que poderão resgatar a palavra e o seus usos nas ações educativas.
2-Objetivos:
· desenvolver atividades prazerosas para aguçar a realidade sonora, tátil e plástica na imaginação do aluno;
· trabalhar esses gêneros textuais como valor estético e percepção de mundo;
· relacionar os diferentes gêneros textuais e formas musicais;
· trabalhar as palavras como o som e sentido, manifestadas nas poesias, na música, o seu diálogo com os diferentes gêneros;
· estimular a sensibilidade dos alunos para a linguagem poética, para as associações melódicas e rítmicas;
· compreender as canções de acordo com seu contexto histórico;
· posicionar-se criticamente diante de textos lidos, apresentando apreciações e valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas;
· reconhecer as relações semânticas que organizam o conteúdo dos textos: tempo, espaço, causa, finalidade, condição, oposição, conclusão, comparação entre outras;
· identificar os efeitos de humor e ironia nos diversos gêneros textuais;
· distinguir fato de opinião;
· desenvolver a competência da expressão oral, da criatividade e trabalho em equipe;
· identificar variedades linguísticas que ocorrem para a construção do sentido do texto;
· desenvolver a percepção crítica do entorno social;
· redigir diferentes textos.
3- Tempo previsto : 3 a 6 horas
4- Material necessário
· Tesoura sem ponta
· computadores – sala de informática
· CD de canções populares
· Aparelho de som
· Papel colorido
· Cola
· Cartaz com desenhos de caixinhas
· Caderno Brochurão
· Lápis preto, canetas hidrocor, lápis de cor, lápis de cera
· Pincéis para papel ( marcadores tipo Pilot)
· Papel pardo
· Fita crepe
· Papel A4 ( 1 folha por participante)
· Papel pardo
· Objetos e adereços diversos para encenação improvisada
· Canções dos gêneros estudados ( sem sugestão, fica a critério do professor)
· Poema “Estatuto do Homem”, de Thiago de Melo
· Canções populares / raps
· Declaração Universal dos Direitos Humanos – texto para cada aluno
· Figurino: chapéus, máscaras e adereços de todo tipo, peças de vestuário, jornais velhos, papel pardo, tinta à base de água.
· Sugestões de cantores e compositores dos vários estilos musicais : José Ramalho, Chico Buarque de Holanda, Zeca Baleiro, Milton Nascimento, Titãs, Arnaldo Antunes, Cazuza, Renato Russo, Capital Inicial, Pato Fu, Skank, Fagner, Gabriel Pensador, Marisa Monte, Ana Carolina, Nara Leão, João Gilberto, Miúcha, Maísa, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Cartola, Demônios da Garoa, Martinho da Vila, Timbalada, Afro-reggae, Paulinho Mosca, Caju e Castanha, Luís Gonzaga, Gonzaguinha, Lulu Santos, Jota Quest , Marisa Monte, Engenheiros do Havaí, Clara Numes, Caetano Veloso, Gal Costa, etc
5- Aquecimento para o tema : disposição em círculo
Com os alunos sentados em círculo falar sobre a importância dos gêneros musicais, informando-lhes que no Brasil, a tradição ibérica dos trovadores deu origem aos cantadores. Esses eram poetas populares que iam de região em região para cantar seus versos, que apareciam em forma de trovas, samba de roda e repentes. Essa tradição dos trovadores e cantadores foi, durante muitas décadas, principalmente, no Nordeste, uma prática bastante comum, que envolvia adultos, jovens e crianças, reunidos nas praças das pequenas cidades ao final das tardes, independentemente de datas comemorativas.
. Nesses versos há grande força rítmica e agilidade mental que seduzem pela força das palavras, há uma memória viva e inteligente para a segurança da improvisação. A palavra cantada, aliada ao jogo, também ocorria como composição estética nas brincadeiras das crianças. Muitos jogos infantis possuíam versos que eram falados pelos jogadores. Os jogos eram desenvolvidos nas ruas e calçadas, nos jardins e parques e podiam ser cantados, ritmados ou musicados. Jogos populares foram usados em brincadeiras por crianças e por adultos em várias partes do Brasil.
Os diálogos, escritos em versos, possuíam rimas, ritmo, assim, como nas composições poéticas. Brincar com os jogos era também brincar com as palavras, como nas composições poéticas, como na brincadeira chamada “Padeiro, padeiro”:
“ Padeiro! Padeiro!: Quantos pães queimou por dia?/Vinte e um queimados/Quem foi que os queimou?/Foi o padeiro/ Padeiro! Padeiro! Eu já vou lá!
Ainda na brincadeira “ A raposa e as galinhas”: Podes farejar, raposa/ Todo o nosso galinheiro/E até mesmo se quiseres/Permanecer o dia inteiro/Para a fome saciares/Nada, nada encontrarás/ Procura como quiseres/Que galinha não terás”.
● Explicar aos alunos que as palavras exercem diferentes funções na relação entre texto e melodia, nas composições de poetas e músicos. À medida que as palavras são compostas em versos, em diferentes formas e gêneros, observamos uma variedade muito grande de associações melódicas e rítmicas, que são responsáveis pelos diferentes movimentos estéticos da poesia e da música. O texto e a melodia favorecem uma riqueza enorme de modulações.
● Depois dessa explicação, promover um debate regrado a partir da seguinte problematização: Como as formas melódicas da palavra evoluem, tendo em vista esses estilos? Como a melodia pode transformar o texto, ou, ao contrário, como o texto se acomoda à melodia?
● Criar espaços para que os alunos falem do gênero musical que apreciam e por quê?
● Acrescentar durante a discussão que em canções da MPB, da Bossa Nova, do Roque, por exemplo, o texto busca, na maioria das vezes, acomodar-se à melodia para atingir a persuasão. Vinícius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, assim como os demais compositores da Bossa Nova, promoveram uma revolução estética, pois passaram a entender a relação palavra e som não somente do ponto de vista melódico da integração da melodia, ritmo, harmonia e contraponto, o que revolucionou, também, tanto a escuta quanto o fazer musical, porque as letras das músicas passaram a ser valorizadas não pelas ideias ( significado), mas também pela sua sonoridade ( significante). A palavra ganha, assim, um outro valor de representação, ou de individualidade sonora. Assim, considerando a palavra valorizada pelo conteúdo e pela forma, temos consequentemente, uma maior valorização da interpretação.
6- Vivência ( jogo e representações)
· Fazer uma “chuva de ideias” em torno das palavras MPB, Bossa Nova , Pop-Roque, Afro-reggae, Tropicália, Funk, Samba “ Rap” “Rock-punk”, etc. Escrever as palavras em painéis e incentivar os participantes a dizer espontaneamente o que associam a cada uma delas.
· Registrar, nos painéis, as expressões exatas dos membros do grupo. Sintetizar e organizar os conceitos com o apoio em transparências e cartazes.
· Provocar o grupo para a reflexão da diferença entre os estilos musicais e como influenciaram e continuam influenciando nossas atitudes e comportamentos.
· Selecionar previamente algumas canções dos estilos acima e ouvir as canções, fazendo associações da letra com a vida.
· Dividir o grupo em três subgrupos e propor que os participantes façam a leitura crítica da letra.
a) Que tipo de necessidade ou aspiração a música procura explorar?
b) A que tipo de público ela se dirige? Onde ela circula?
c) Que valores teria esse público – ou deveria ter – segundo a música?
d) Como era o momento histórico, cultural, político e econômico em que ela ocorreu?
e) Qual a intenção do autor ao compô-la?
f) Esclarecer que as conclusões do grupo deverão ser apresentadas em plenário por um representante.
· Reconhecer as relações semânticas que organizam o conteúdo dos textos: tempo, espaço, causa, finalidade, condição, oposição, conclusão, comparação entre outras.
· Organizar as apresentações dos subgrupos no plenário.
· Provocar o aprofundamento das reflexões e a elaboração de perguntas polêmicas para as quais o grupo não tenha respostas prontas.
· Ir registrando no painel “Banco de Perguntas”.
7- Reflexão dialógica – participando do diálogo - ORALIDADE
· Propor que o grupo desenvolva a capacidade de pensar coletivamente, participando de
uma discussão dialógica ou debate regulado.
· Posicionar-se criticamente diante de textos lidos, apresentando apreciações e valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas.
· Retomar as perguntas surgidas durante a apresentação e levar o grupo, por meio de um diálogo investigativo, a explicitar o que as perguntas, de fato, estão questionando e os pressupostos que, eventualmente, encubram. Se necessário, conduzir o grupo a desdobrar as perguntas que contenham pressupostos que precisam ser questionados.
Procurar também agrupar as perguntas por semelhanças, eliminar repetições e ter clareza dos pontos que estão sendo questionados ou polemizados.
· Numerar as perguntas e solicitar que cada participante indique, em voz alta, no plenário, o número daquela que gostaria de discutir no grupo.
· Dar oportunidade para os que não se sentirem satisfeitos com a escolha, argumentem a favor de seu ponto de vista e tentem convencer os demais. O objetivo é chegar a um
acordo negociado com base em argumentos.
· Solicitar que o grupo defina os critérios para a realização de uma discussão dialógica
produtiva.
· Registrar os critérios no cartaz, com o cuidado de pedir aos participantes que explicitem, quando necessário, o querem dizer, que traduzam palavras e expressões abstratas ou genéricas.
· Organizar a discussão, definindo o tempo de duração ( no máximo, 30 minutos), focalizando a pergunta escolhida pelo grupo e identificando dois voluntários: um para avisar o professor quando faltarem cinco minutos para terminar o tempo combinado; e outro, para controlar as inscrições, anotando, por ordem, o nome dos participantes que
pedirem a palavra.
· Desenvolver a discussão e, quando faltarem 5 minutos para terminar o tempo, interromper os pedidos de intervenção e levar os participantes a elaborar, individualmente uma ideia significativa que lhes tenha ficado na discussão. Não se trata necessariamente de consenso ou de conclusão fechada, mas de uma ideia, percepção ou sentimento novo que tenha sido acrescentado ao que cada um já sabia.
· Criar oportunidades para que o grupo avalie a discussão com base nos critérios previamente estabelecidos.
· Ao final, os participantes deverão rever os critérios e os modificar caso julguem necessário (acréscimo, explicitação, etc.).
· O importante é que os alunos compreendam os diversos estilos musicais e os apreciem.
8- Aplicação: trabalhando mais canções
● Colocar a música para ser ouvida.
● Criar oportunidades para que os alunos possam manusear o CD musical, pedir-lhes que façam a perigrafia do suporte.
● Fazer uma pesquisa na Internet sobre os “Titãs”
● Expor, em um cartaz ou data show, a 1ª estrofe da letra da música “Comida” e solicitar aos alunos que comentem o que entenderam e, assim sucessivamente. Explorar as questões sociais, os princípios da equidade, o reconhecimento das diferenças entre as pessoas, o apelo ao espírito de fraternidade, as desigualdades sociais, etc.
● Criar oportunidades para que os alunos participem e façam os comentários que quiserem.
● Levar o grupo a perceber que existem vários tipos de violência como a fome, a exclusão econômica, autoritarismo, racismo, sexismo, intolerância religiosa, intolerância sexual.
● Solicitar que os alunos estabeleçam relação com o seu entorno.
● Realizar um debate regulado ( discussão dialógica) para compreender melhor as causas e as possíveis soluções para o problema apresentado na letra da música.
● Dividir o grupo em quatro subgrupos e solicitar a cada um que redija os seguintes textos: resenha, paródia, poema e crônica.
● Criar oportunidades para que os alunos socializem suas produções de gêneros diferentes.
● Distribuir aos mesmos grupos canções populares brasileiras. Essas quatro canções selecionadas previamente deverão denunciar problemas sociais ( podem ser raps).
● Os grupos irão ensaiar as peças teatrais de acordo com a letra.
● Propor que as equipes que encenaram cada uma das canções, analisem a letra à luz dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
● Pedir-lhes que leiam e comentem os artigos, localizando no texto os direitos que estão sendo desrespeitados na situação presente da canção.
● Sugerir quatro formas de apresentação:
a) imaginar que os alunos estão criando uma associação de bairro para defender os
direitos dos moradores;
b) apresentação em cartazes e faixas;
c) apresentação em forma de paródia;
d) dramatização curta que mostra a mensagem da letra.
● Organizar as apresentações dos grupos em plenário.
● Explorar fatos e opiniões a partir das colocações dos alunos.
9- Novas aprendizagens
● Retomar com o grupo os temas discutidos nas atividades anteriores e comentar que um poeta brasileiro, Thiago de Melo, escreveu, na época da ditadura, um canto à liberdade, à dignidade e ao amor, que ele chamou de Estatuto do Homem.
● Distribuir para o grupo o texto, fazendo uma leitura coletiva dos artigos, de acordo com os seguintes procedimentos:
a) pedir aos alunos para formar uma roda;
b) dar alguns minutos para que os participantes façam a leitura silenciosa de seu texto;
c) combinar que cada participante vai dar um passo para dentro da roda, ler em voz alta um trecho do poema e comentá-lo;
d) solicitar que estabeleçam relações da poesia com as canções estudadas;
e) propor que os alunos dramatizem o texto;
f) solicitar produções de texto como: crônicas, contos maravilhosos e resenhas;
g) estabelecer a diferença entre poema e prosa.
10- Informação e reflexão: pesquisando
Para introduzir o “RAP” - Rhytm and Poetry, Ritmo e Poesia - , os alunos serão colocados em círculo e ouvirão Marcelo D2 “ “ (sugestão), após ouvirem a música, será passada uma caixinha de perguntas sobre o “RAP”.
· O que você já ouviu falar sobre o RAP?
· É importante conhecermos bem a letra para que tenhamos uma posição crítica a respeito de seu conteúdo?
· Todo RAP é ruim? Explique.
· Que tipo de cuidado devemos ter frente a determinadas letras de música?
· Onde surgiu o RAP?
· Quais são os cantores e compositores brasileiros de RAP?
· Existe diferença entre o RAP e a MPB?
· Existe semelhança entre o RAP e o Repente?
· Que efeitos de humor e ironia estão presentes em alguns gêneros musicais.
· Como podemos distinguir fato de opinião nos gêneros estudados.
· Quais as variedades linguísticas presentes nos textos musicais?
Em seguida, Os alunos irão para a sala de informática fazer pesquisa sobre esses gêneros musicais Rap e Repente. Na própria sala de informática será aberta uma discussão em que o professor deverá trabalhar algumas informações, como por exemplo, que o gênero musical RAP é um texto de denúncia que surge na periferia das grandes cidades americanas, sendo também híbrido de ritmos jamaicanos e africanos.
As letras, geralmente longas, tratam de temas cotidianos como a violência, a corrupção, a pobreza, a riqueza. É um tipo de discurso calcado nos problemas urbanos. O acompanhamento rítmico, nesse tipo de música, o ”RAP” situa-se nesse limite entre a fala e a canção.
Pedir aos alunos que pesquisem na Internet compositores do “RAP” e compositores do
Repente, gênero embolada que, embora, não haja consenso entre os “rappers”, o “RAP” parece trazer também em suas músicas uma dose de métrica e da entonação dos repentistas dos cordéis nordestinos. Deve-se chamar a atenção dos alunos para o fato de que os textos dos repentes são improvisados, mais em tom de brincadeiras e desafios – como em uma batalha verbal que faz com que os emboladores, com doses de humor e ironia, provoquem-se, afrontem-se – sem dúvida, eles dialogam.
O texto verbal do “RAP” é marcado por esses desenhos melódicos, pelas vozes em eco, pela repetição das palavras e de várias técnicas de “discotagem”, tudo isso demonstra a tensão da palavra e sua semelhança com o Repente.
Após o trabalho de pesquisa, abrir uma discussão lembrando que são muitas as confluências entre estes arranjos na música e na poesia, que perpassam cada criação, misturando-se.
· Samba bossa;
· o Samba “reggae”;
· o “Pop-rock”;
· o “Rock-Punk”;
· o Samba “RAP” (nova modalidade do “RAP”, que tem expressão maior com Marcelo D2)
· o samba choro;
· a Bossa “Jazz”;
· o “Rock-regaee”;
· o Afro-blue;
· o “Britpop”, entre tantas outras vertentes que, nos aspectos melódicos e líricos das composições, mesclam ritmos urbanos e regionais.
11- Discussão e reflexão : compreendendo o contexto musical
· Dividir a turma em três subgrupos e entregar a cada um deles a letra de uma das canções.
· 1º grupo – Samba “reggae”
· 2º grupo – Bossa “Jazz”
· 3º grupo – Afro-blue
· Explicar que cada subgrupo vai discutir a letra da canção para inferir
1. de quem poderia ser a voz que fala na letra da canção;
2. como essa voz fala dos problemas se parece com o que acontece na realidade?
3. Em que contexto social, cultural, político esses fatos ocorreram?
4. Qual a finalidade do compositor ao abordar tal tema?
· Combinar que cada subgrupo terá de encontrar uma forma criativa de apresentar o resultado da discussão para os colegas.
· Após as apresentações, provocar o grupo a se manifestar sobre o sentido da letra, usando a seguinte técnica:
1. o grupo vai se organizar em duas rodas, uma de dentro e outra de fora, com as pessoas de frente umas para as outras, formando pares.
2. As duas rodas vão girar para a direita ao som de “Britpop”.
3. Quando a música parar, o professor fará uma pergunta que deverá ser discutida pelo par que se formar.
4. Assim que a música recomeçar, as rodas voltarão a girar até que a música pare novamente e cada um esteja em frente de uma outra pessoa.
5. O professor fará, então, outra pergunta que será discutida pelo par e, assim, sucessivamente.
6. Sugestões de perguntas:
· Qual a relação entre o Rock e o estilo sertanejo?
· Qual é o teor das músicas sertanejas?
· Quais são as duplas sertanejas mais conhecidas.
· Qual a contribuição de cada gênero musical para os grandes momentos vividos pelo povo brasileiro.
· Qual a relação da música com os acontecimentos históricos, políticos e sociais.
· Em sala de aula, solicitar aos alunos para transformarem o gênero textual “RAP” em um “Repente”. Eles deverão ser lidos em voz alta e depois fazer um mural .
· Outras atividades como: transformar repente em poesia e vice-versa.
· Promover concursos com o gênero textual “Repente”, com o objetivo de desenvolver a
oralidade, o poder de criticidade e criatividade.
12- Metacognição
· Solicitar que cada aluno escreva no Caderno de Registro sua resposta pessoal para as
seguintes perguntas:
a) Quais outros gêneros que não foram estudados? Dê exemplos.
b) Sobre o que trata o estilo “Funk”.
c) O que diferencia os gêneros musicais?
d) Identificar as variedades linguísticas presentes nas letras musicais.
e) De que forma o momento histórico, político, social e cultural influencia as letras de
música?
f) Qual a importância das músicas nas vidas das pessoas.
g) É importante estimular os participantes a compartilhar os registros individuais e fazer uma apreciação pessoal sobre o tema estudado.
Mais conhecimento, mais poesia! ( sugestão para o professor)
● Para aprofundar os conhecimentos, o professor pode utilizar o “vídeo-poema” de Arnaldo Antunes, chamado Nome Nã. Nele muita coisa poderá ser discutida a partir da ideia de que a poesia é intersemiótica, ou seja, ela dialoga com várias linguagens e signos.
● Nesse vídeo-poema percebemos que o poeta cria muitos sentidos, unindo a poesia à visualidade, à imagem, à música. As imagens ajudam a criar novos significados através de recursos como a repetição, a colagem e o jogo de palavras. O poeta constrói e desconstrói as palavras, o verso e, dessa forma lhes atribui um novo sentido.
● A poesia, assim apresentada no vídeo, parece que foi jogada em um liquidificador e misturada a uma porção d ingredientes que são imagens, sons e cores. Através de associações e analogias de sensações e impressões adquiridas a partir deste jogo intersemiótico, percebemos que as palavras são poéticas, polissêmicas e não simplesmente um nome.
● São trinta “vídeos-poema” em que o professor pode explorar a ortografia, a gramática contextualizada, a exploração de fonemas e letras, a semântica, a linguística, etc.
Apresenta um dinâmico jogo que parte da ideia de que os nomes dados as coisas ou aos seres, por meio das palavras, são códigos que poderão ultrapassar os limites do sentido referencial, usual e atingir o contexto subjetivo. Ou seja, os nomes das coisas não são coisas em si, mas representam as coisas.
● De fato, as palavras são representações, são símbolos que nos pegam de surpresa quando as percebemos em seus mais inesperados sentidos. E, isto só é possível quando é feita uma leitura “ao avesso”, uma leitura que subverte a sua ordem aparente. A palavra aparece revestida de associações que refinam com delicadeza sutileza os significado e os significantes nela presentes, desvinculado de seu sentido normativo, lógico.
● Focar para os alunos que a poesia está cada vez mais se ocupando de outros espaços de comunicação como o computador; o vídeo, o poema cartaz, o “outdoors”, as canções. Vemos a poesia nos jogos educativos e folclóricos, podemos vê-la também no teatro, na dança, em projeções a laser, e ● Exemplo de jogos com as palavras. Sugerir aos alunos que façam associações como:
a) várias palavras brancas : paz, nebulosa, vazio
b) palavras gostosas: sorvete, bolo, lenga-lenga ( o conceito de determinada palavra se estende ao significante (imagem acústica da palavra) e não somente ao significado –
gostosa – lenga-lenga). Na verdade, o que é considerado gostoso nesta palavra não diz respeito ao seu sabor, mas ao seu som. Ou melhor, diz respeito ao sabor do som. Os vídeos favorecem o exercício dessas ricas associações.
c) palavras sonoras: tambor, estrondo, paralelepípedo.
● Podem ser propostas com atividades como “Cara a Cara”, “Domingo Legal”, “truco”, “Paciência”, “Fedor”, “Loto”, “Banco Imobiliário”, “Cai não Cai”, “Dominó”. Esses jogos permitem trabalhar o estudo de substantivos, adjetivos e sílabas tônicas invertendo a lógica normativa da gramática e objetivando entender o conceito, valorizando o sentido das palavras.
● Vários jogos de mesa são trazidos para a sala de aula.
● As crianças se agrupam para jogar.
● Enquanto jogam, elas vão listando as palavras mais importantes que surgem no jogo.
● Os jogadores vão estabelecendo uma comunicação entre eles que é propriamente a
linguagem do jogo.
● Cria-se uma situação de diálogo e interação bastante interessante, pois já não é mais uma linguagem do cotidiano que se comunica , mas uma linguagem dos símbolos, dos gestos, do olhar. Este movimento é fundamental ao jogo.
● Deixar os alunos jogarem por cerca de 100 minutos. Após esse tempo eles devem selecionar as palavras listadas e agrupá-las de acordo com a tonicidade.
● Assim vão estabelecendo associações e correspondências sonoras entre vogais átonas e tônicas.
● Depois pedir que agrupem-nas, buscando semelhanças em sua sonoridade. Deve ser formados jogos rítmicos, combinando seu sons, primeiro de duas a duas palavras, depois de três a três e assim sucessivamente.
● Selecionar sons finais ( baixei/ ganhei), sons com eco ( bigode/ bode – ouro/tesouro); sons nasais ( falo/mando, canto/ longo, longe/lambe), sons fortes ( paixão/ canção – ação/gozação); sons abertos ( olho/molho/monto), sons fechados ( jogar/olhar) e assim por diante.
● Trabalhar as rimas agudas, graves, consoantes e toantes.
● Mas o que vale mesmo é o exercício de pronunciar a palavra, de sentir o seu timbre, a sua cor, o seu ritmo o seu eco.
● Explorar os nomes associados a um esquema rítmico musical.
● Colocar para o grupo a música “Criança não trabalha” de Paulo Tatif e Arnaldo Antunes, observando o ritmo, as rimas, e os refrões e as divisões em estrofes.
● Exemplo: “Lápis, caderno, chiclete, peão/ sol, bicicleta; skate, calção/ esconderijo, avião, correria/ tambor, gritaria, jardim, confusão/ bola, pelúcia, merenda, crayon/ banho de rio, banho de mar, pula, sela, bombom/ tanque de areia/ pirata, baleia, manteiga no pão... Criança não trabalho, criança dá trabalho...”
● Pedir aos alunos que tentem escrever versos e quadras, com os nomes e qualidades
listados por eles durante o jogo.
● Chamar a atenção dos alunos que ao listarem os nomes, há uma associação espontânea entre a palavra e o seu significado, reforçada pelos recursos sonoros e pela experiência do jogo. Lembrar que a palavra foi (re) significada no contexto da imaginação. O que facilita a compreensão e assimilação do significado novo.
● Por outro lado, a composição/combinação que os alunos estabelecem entre as palavras foge do automatismo, adquire certa independência sintática, principalmente, em relação aos conectivos ou elementos de ligação. Isto pode ser percebido nos versos: novela canção/ poesia, emoção/ a lembrança do coração.
● Todas estas associações são possíveis porque nestas brincadeiras experimentamos, conhecemos as palavras por meio dos sentidos, formamos uma ideia e entendemos as palavras. Assim, a palavra atua num cenário de imagens e possibilidades. Isto, sem dizer que estudar substantivos e adjetivos ficou bem mais divertido, pois não é preciso se prender a nomenclatura. O véu é retirado das palavras, elas são descobertas e mostradas, primeiro são decifradas, sem dizer o que elas são imediatamente.
● Aproveitar a oportunidade para introduzir os “limeriques” . Explicar para os alunos que quando aliamos palavra e som ao humor, formamos os limeriques – poemas de origem inglesa, que se compõem em estrofes de cinco versos rimados. Além de propor uma pequena história, os limeriques se caracterizam pelo humor, pelas situações maliciosas, absurdas e engraçadas.
Exemplo:
Uma vez um médico de Mococa
Queria tirar amígdalas da muriçoca
O inseto se revoltou
E o nariz pinicou
Daquele amigdalítico doutor da Mococa
Edward Lear
● Solicitar que os alunos escrevam “limeriques”. Criar espaço para leitura dos mesmos. Fazer um mural no corredor da escola para que todos possam ler.
● Partindo de uma frase poética do poema de Oswald de Andrade “Amor/Humor, introduzir os “Hai-Kais” japoneses.
● Explicar aos alunos que os “Hai-Kais” tentam buscar uma expressão singular que possa resumir uma impressão, um conceito qualquer. A poesia japonesa não usa rima, mas se utiliza de muitos jogos verbais, aliterações e paranomásias – palavras que pronunciamos da mesma forma, mas que têm significados diferentes o importante não é explorar a nomenclatura, mas o sentido dessa palavras). Essa poesia expressam brevidade da palavra, a economia verbal e a objetividade. É a correspondência entre o que dizem e as palavras e o que os olhos veem. É um tipo d poesia de extraordinária simplicidade, feita com três versos, com intensa pluralidade de reflexos e grande amor pela imagem exata e sólida. O sentido atribuído à palavras não depende diretamente da extensão do texto, mas antes, da expressão que se busca exprimir.
● Fazer uma pesquisa na internet sobre os “Hai-Kais” e alguns poetas conhecidos como Mtsuo Bashô, Teitamura, Teitoku ( Japão); no Brasil : Paulo Leminski, Alice Ruiz, Ângela Leite, entre outros.
Exemplos:
a) Lua de estio/ Se lhe pões uma mangueira? Vira um leque ( Matsuo Bashô)
b) À beira do poço/ Sentei-me com um desejo / Não perder a sede (Ângela Leite)
c) Meio dia/ Dormem ao sol / Menino e melancias ( Alice Ruiz)
● O professor deve escandir um “Hai-Kai” no quadro, contando as sílabas poéticas com os alunos.
● Propiciar várias leituras das poesias.
● Os alunos deverão escrever vários “Hai-Kais”.
13- Avaliação
· Portfólio
· Observação
· Registros
14- Educação física – planejamento coletivo
· Coreografia dos estilos musicais estudados.
· Excursão às rádios da cidade.
· Entrevista com cantores da cidade.
· Visitas a conservatórios de música.
· Apresentação de bandas.
· Ginástica rítmica.
· Danças diversas ( dança de rua, capoeira..).
· Explorar a rádio da escola.
· Concurso de cantores : “Karaoquê” ( dublagem).
· Concurso de paródias.
· Dramatizações.
· Concursos de cordéis, repente.
· Exposição de instrumentos musicais, desde os mais rudimentares até os mais sofisticados.
· Feira musical.
· Festival da música : shows de teclados, violões e outros.
· Criação da banda escolar.
· Dramatização dos gêneros musicais estudados.
· Utilização do Karaoquê.
· Programação para ser desenvolvida na rádio escolar.
· Criar grupos de dança de Samba bossa; o Samba “reggae”; o “Pop-rock”; o “Rock-Punk”; o Samba “RAP” o samba choro; a Bossa “Jazz”; o “Rock-regaee”; o Afro-blue; o “Britpop”, samba, lambada, balé, Rap, frevo, etc.
· Apresentação da banda municipal.
Referência:
SRE – Monte Carmelo em Encontro de Escolas de Educação Integral, promovido pela SEE-MG
Postado por Susana Lúcia do Nascimento
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