segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Oficina – Letramento e Leitura Literária


Oficina – Letramento e Leitura Literária
        1-Objetivos
  • Desenvolver atitudes e disposições favoráveis à leitura.
  • Posicionar-se criticamente diante de um texto, apresentando apreciações e valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas.
  • Ler oralmente com fluência e expressividade.
  • Na interpretação de textos, levar em conta pistas gráficas ( caixa alta, grifo), imagens (fotos, ilustrações, gráficos) e elementos contextualizadores ( data, local, suporte).
  • Perceber a pontuação como um dos elementos orientadores na produção de sentidos.
  • Relacionar o texto que está sendo lido a outros textos, orais ou escritos.
  • Reconhecer a presença de diferentes enunciadores nos textos lidos, identificando as marcas linguísticas que sinalizam suas vozes.
  • Mergulhar na atmosfera do fantasioso, realizar sonhos desejos e utopias, prefigurados em seus enredos, personagens e cenários.
  • Conhecer o passado para redigir histórias mais conscientemente vivida e pensada
  • Recuperar a leitura literária no espaço escolar.
  • Desenvolver a interação texto/leitor .
  • Formar leitores em uma sociedade globalizada.
  • Promover novos saberes no encontro entre o texto e o leitor.
  • Desenvolver capacidades necessárias para o uso da escrita no contexto escolar.

2-Material necessário.
  • Aparelho de som
  • Música agitada
  • Caixa
  • Pedaços de papéis
  • Papel pardo
  • Tesouras sem ponta
  • Fita crepe
  • Pincéis
  • Livros :
  • A fada que tinha ideias”, de Fernanda Lopes de Almeida
  • A curiosidade premiada”, de Fernanda Lopes
  • Maria-vai-com-as-outras”, de Sylvia Orthof,
  • Era uma vez duas avós”, de Naumim Aizem e Patrícia Gwinner
  • Mudanças no galinheiro mudam as coisas por inteiro”, de Sylvia Orthof.
  • Faca sem ponta, galinha sem pé”, de Ruth Rocha.
  • O Soldado que não era”, Joel Rufino dos Santos
  • Angélica e a bolsa amarela”, Lygia Bojunga
  • Computadores / Internet
  • Ana Maria Machado : “Mas que festa!”
  • Menina bonita do laço de fita”./ No conto “A moça tecelã”, de Marina Colasanti, do livro “Doze reis e a moça do labirinto do vento
  • Paula Saldanha, em “O praça quinze”.
  • Uma história só para mim”, de Moacyr Scliar.
  • Mulher que é bicho é esse”, de Lia Zatz.
  • Meus vários quinze anos”, de Sylvia Orthof.
  • Felicidade não tem cor”, de Júlio Emílio Brás.
  • Preto e branco”, de Milton Camargo.
  • Nó na garganta”, de Mirna Pisky.
  • Uma vitória diferente”, de Marcos Bagno.
  • O povo Pataxó e suas histórias”, de Angthichay Pataxó.
  • Meu livro de folclore”, de Ricardo Azevedo.
  3-Tempo previsto : 8 a 12 horas

  4-Aquecimento para o tema
O professor precisa ter alguns cuidados ao selecionar os livros que vai oferecer ás crianças e aos jovens, pois não existe obra cultural inocente, todas estão carregadas de uma determinada visão de mundo, a do autor. Para não ficarmos enredados na concepção de mundo dos outros, e por ela não sermos manipulados, precisamos desenvolver uma leitura crítica.
Escolhendo bons livros e oferecendo ao mesmo tempo uma grande variedade diversidade deles ao aluno, faremos com que um texto discorde do outro, o conteste e sugira outras alternativas. É importante a leitura de livros variados, de culturas e opiniões diversas, com visões de mundo diferentes umas das outras, de modo que a leitura de um texto dialogue permanentemente com a dos outros. Assim, cada leitor irá se enriquecendo e a sociedade irá tecendo sua pluralidade. Devemos oferecer aos nossos alunos livros de imagens, clássicos da literatura infanto-juvenil – Grimm, Andersen, Perrault, entre outros, a obra de Monteiro Lobato, além de poesias, livros informativos, dicionários, enciclopédias e, principalmente, autores que façam parte da moderna literatura infanto-juvenil, assim como jornais e revistas. A variedade de autores e materiais de leitura fará da biblioteca um lugar destinado à leitura de textos literários e um polo de discussão da pluralidade cultural, através de atividades como debates de textos e livros lidos, entrevistas, conversas, entre outros.
  • Para introduzir alguns autores da moderna literatura infanto-juvenil, os quais trabalham com a desconstrução de modelos clássicos, tradicionais, ou que fazem denúncias de algum tipo de opressão, que promovem ruptura com o discurso dominante, de forma radical - o professor irá fazer a seguinte dinâmica. Os alunos sentados em círculo receberão uma caixinha com trechos escritos a respeito dos livros, que irá passar de mão em mão até que a música para de tocar. A pessoa que estiver com a caixa deverá retirar um dos papéis, lê o que está escrito e fazer comentários. E, assim, sucessivamente até que todos tenham oportunidade de falar. Nessa perspectiva, podemos citar “A fada que tinha ideias”, de Fernanda Lopes de Almeida, em que aparece uma proposta de reforma de estrutura familiar. “A curiosidade premiada”, também de Fernanda Lopes de Almeida, que apresenta uma personagem feminina curiosa, questionadora, que tenta obter respostas para todas as perguntas. “Maria-vai-com-as-outras”, de Sylvia Orthof, que mostra a velha ovelha Maria, que só ia aonde as outra iam e que sofria as consequências de não pensar por si mesma, de não ter criticidade e de não refletir e tirar conclusões. “Era uma vez duas avós”, de Naumim Aizem e Patrícia Gwinner, que apresenta diferenças entre duas avós, como modos distintos de encarar a vida e como se pode tirar proveito da convivência com as pessoas que pensam e agem diferente de nós ( temos aí uma das facetas da riqueza da complexidade humana). “Mudanças no galinheiro mudam as coisas por inteiro”, de Sylvia Orthof, que relata a história de uma galinha que resolveu cantar de galo e, dessa forma, promove grandes mudanças em seu núcleo familiar. “Faca sem ponta, galinha sem pé”, de Ruth Rocha. Nessa obra, a autora conta a história de dois irmãos ( um menino e uma menina), que recebiam uma educação diferenciada, o que leva a sérios atritos entre eles. Em “O Soldado que não era”, Joel Rufino dos Santos nos traz a saga de Maria Quitéria, de forma muita rica e interessante, proporcionando uma boa discussão sobre preconceitos. Neste sentido, vários textos de Ana Maria Machado e Lygia Bojunga são revolucionários. Em “Angélica e a bolsa amarela”, Lygia coloca a menina no interior do grupo familiar, questionando, refletindo, buscando reverter situações incômodas. Angélica nega a mentira sobre a qual se apóia a celebridade da família das cegonhas. Raquel, dona da bolsa amarela, sente o peso de ser criança e menina e suas vontades de ser menino, adulto e escritor crescem dentro da bolsa amarela. Maria, personagem de “corda bamba”, apresenta uma autêntica emancipação. Em “Tchau!”, encontramos a coragem enorme da mãe que larga a família para viver grande e maravilhosa paixão e para realizar seus desejos. A filha questiona a desagregação da família e se sente dividida entre o pai e a mãe. Lygia faz uma ruptura com o modelo da mulher adulta e de comportamentos tradicionais, fazendo também uma crítica à filha que não entende a reação da mãe. Lygia consegue assim, com esta pluralidade de pontos de vista, dialogar com as múltiplas linguagens sociais.
  • O objetivo é despertar o interesse dos alunos pelos livros.
  • Após a dinâmica os alunos deverão escolher os livros para lerem. Em seguida eles irão socializar a leitura com os colegas e professores, procurando contextualizar com a realidade que os cerca.
  • Em um outro momento, eles irão fazer a perigrafia do livro ( capa, sumário), projeto gráfico (variedade de fontes, cores, imagens).
  • Solicitar que faça uma resenha descritiva do livro lido.

5- Informação: pesquisar para quê?

    Sala de informática
  • Solicitar aos alunos que façam uma pesquisa no “site Cadê” ou “Google” sobre os seguintes autores Ana Maria Machado, Marina Colasanti, Ruth Rocha, Paula Saldanha e Roseana Murray.
  • Socializar a pesquisa com os colegas e fazer um mural para ser divulgado e colocado no corredor da escola para que todos tenham acesso.
  • Dinâmica dos balões.
  • Será escolhida uma obra de cada autora, algumas curiosidades serão colocadas dentro de balões. Ao som de uma música os alunos irão tocar os balões. Depois de algum tempo, deverão estourá-los e ler as seguintes curiosidades: Ana Maria Machado, em muitas de suas obras, nos presenteia com protagonistas que assumem atitudes de rebeldia ante a passividade reinante, que buscam mudanças e alcançam seus objetivos, juntando-se a outros, agindo com solidariedade e cooperação, sobressaindo assim, o espírito coletivo em detrimento do individualismo. Sua recente obra intitulada “Mas que festa!”, mostra-nos um pouco de nossa diversidade cultural,assim como o já “clássico” “Menina bonita do laço de fita”./ No conto “A moça tecelã”, de Marina Colasanti, do livro “Doze reis e a moça do labirinto do vento”, há o questionamento do mito de que o casamento resolve o problema da solidão da mulher e a submissão aos padrões comportamentais estabelecidos pela sociedade. Ao tecer o tapete, a moça constrói e reconstrói a sua vida./ Alguns autores tratam com muita sensibilidade e visão crítica os excluídos pela sociedade. Paula Saldanha, em “O praça quinze”, mostra a realidade de meninos que vivem nas ruas, mesclando realidade e fantasia./ Roseana Murray apresenta os direitos da criança e do adolescente num texto bastante poético.
  • Em seguida, em 5 subgrupos, será entregue os livros citados das respectivas autoras para que os alunos façam leitura em voz alta, cada um lerá um trecho ou páginas sobre a obra. Em seguida eles irão contar a história para os colegas. Assim serão socializados vários livros entre os colegas.

6- Reflexão dialógica – contextualizando

  • Dividir o grupo em três subgrupos, usando cartões coloridos. Solicitar que os subgrupos discutam a resposta para seguinte pergunta: Como podemos contextualizar a leitura dessas obras com a nossa vida?
  • Lembrar que os membros dos subgrupos deverão compartilhar as respostas que obtiveram ao fazer essa mesma pergunta aos outros alunos que leram livros diferentes.
  • Explicar que cada subgrupo deverá escolher uma forma criativa de apresentar o resultado das discussões em plenário: música, dramatização, rap, poema, dança, passeata, etc. A apresentação deverá durar, no máximo, 10 minutos. O grupo deve também se preparar para explicar o sentido da apresentação, caso ela não seja verbal.
  • Distribuir uma folha para os participantes e solicitar que, após a apresentação de cada grupo, registrem sentimento e percepções.
  • Após as apresentações, os participantes comentarão cada apresentação ( o que compreendi da apresentação?). Depois, o grupo que fez a apresentação explicará qual foi sua intenção.
  • Levar o grupo a identificar os pontos principais de cada apresentação e registra-los em um painel.

7- Aplicação – compartilhando responsabilidades

  • Trazendo a literatura para um período mais recente ( década de 90) serão trabalhados alguns títulos que abordarão a questão da pluralidade cultural( questões de gênero, diferentes etnias, discutem questões sociais, falam de preconceitos). São exemplos: “Uma história só para mim”, de Moacyr Scliar; “Mulher que é bicho é esse”, de Lia Zatz; “Meus vários quinze anos”, de Sylvia Orthof; “Felicidade não tem cor”, de Júlio Emílio Brás; “Preto e branco”, de Milton Camargo; “Nó na garganta”, de Mirna Pisky; “Uma vitória diferente”, de Marcos Bagno; “O povo Pataxó e suas histórias”, de Angthichay Pataxó e outros; “Meu livro de folclore”, de Ricardo Azevedo.
  • Formar 4 subgrupos e explicar-lhes que após leitura dos títulos acima, eles deverão encenar uma dramatização com fantoches, recontando a história.
  • Esclarecer que o grupo precisa oferecer oportunidade para que todos os participantes desenvolvam de forma gradativa, a autonomia e a iniciativa de criar, de se tornarem mais independentes do professor.
  • Explicar aos alunos a importância de todos compreenderem e compartilharem o sentido de cada atividade que está sendo desenvolvida no grupo
  • Mostrar que ter consciência do que estamos fazendo nos dá maiores possibilidades de enxergar outras formas de sentir, pensar e agir, de mudar o que desejamos.
  • Abrir espaço para que as equipes se reúnam e planejem as atividades e técnicas a serem usadas no teatro de fantoches. Apoiar as equipes na compreensão da tarefa e, se necessário, intervir quando necessário.

8- Avaliação

  • Preparar antecipadamente um painel de papel pardo com três colunas. Na primeira, escrever em letras grandes a seguinte pergunta: Leitura dá prazer as pessoas? Estimular o grupo a responder espontânea e honestamente, sem omitir o que acham que não ficaria bem dizer. Registrar entre 9 e 12 respostas diferentes para a questão.
  • Escrever na segunda coluna do painel, as palavras Sensações e Experiências. Propor que o grupo descreva as sensações e experiências que cada uma das leituras provocou, bem como as diferentes atividades em torno da leitura.
  • Subdividir a terceira coluna em três colunas menores e propor ao grupo que as sensações de prazer sejam classificadas quanto (1) à duração, (2) à facilidade de desenvolver as atividades e (3) à dificuldade de realizar as atividades. Dar um exemplo para explicar o que significa cada categoria. Por exemplo: um relógio para representar a duração da sensação.
  • Combinar com o grupo convenções para o uso dos ícones. Por exemplo: 1 relógio, para prazeres de pouca duração; 2 para os de média; 3 para os de longa duração; pesos pequenos, médios e grandes para classificar a facilidade de acesso à leitura e realização das atividades; 1 granada para as dificuldades, 2 para média e 3 para alta dificuldade.
  • Subdividir o grupo em três subgrupos e solicitar que cada subgrupo discuta e faça a classificação das atividades e sensações de acordo com os critérios combinados e que se prepare para apresentar e justificar suas conclusões em plenário.
  • Após a apresentação de cada grupo, discutir e negociar, em plenário, a classificação feita. Provocar a reflexão do grupo a partir da apresentação de questões: O que é ler com prazer? O que a leitura acrescenta em nossas vidas? A partir dos livros lidos, o que mudou em você? Existe relação da leitura com sua vida, seu mundo? Ler pode ser uma atividade prazerosa, em certas circunstâncias e não prazerosas em outras? Qual a relação entre ler com prazer e ler por obrigação?
  • Introduzir o “Banco de Perguntas” como uma estratégia permanente de trabalho. Registrar em um painel de papel pardo as perguntas acima e outras que tiverem ou forem surgindo no grupo durante o trabalho. Explicar que o grupo terá oportunidade de selecionar, posteriormente, algumas questões para investigar e discutir.
  • Deixar como sugestão de leitura os seguintes livros: “Entrevidas”, Paula Saldanha; “Coisas de menino” de Eliane Ganen ; “Rosarito”, “Rosa-choque”, “Zé Beleza” e “Nus, como no Pontal” Terezinha Éboli.

9- Educação Física

  • Esportes : Futebol , vôlei, handebol...
  • Aproveitar o esporte para refletir sobre o respeito , o trabalho em equipe, as raças, a pluralidade cultural, os estereótipos, questões de gênero, ética, estética, o trabalho em equipe, a disciplina, a violência, esporte como oposição às drogas, para-olimpíadas, a superação dos limites, os diferentes grupos sociais, étnicos e culturais.
  • Trabalhar o livro de Gianni Rodari “A Gramática da Fantasia”. Aborda todos os usos da palavra a todos, parece um bom lema, sonoramente democrático. Não exatamente porque todos sejam artistas, mas porque ninguém é escravo. A palavra é sinalizada como instrumento de libertação.
  • Sugestão de filme para trabalhar os valores e preconceitos: “Meninos não choram”, Kimberly Peirce.
  • É importante dizer que cenas ou filmes da mídia em geral sempre enriquecem a discussão acerca dos temas estudados. Os filmes podem ser o pontapé para a discussão e não verdade última. Assista a eles de forma crítica e reflexiva. Os professores devem fazer adaptações de acordo com o nível de cognitivo, afetivo e maturidade.
  • Jogos de xadrez servem também para trabalhar a competição saudável.

10- Avaliação geral : Portfólio
     
   Referência:
SRE – Monte Carmelo em Encontro de Escolas de Educação Integral, promovido pela SEE-MG
Postado por Susana Lúcia do Nascimento

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