sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Oficina - Leitura: matemática e folclore

Sugestão de oficina que deverá ser adaptada de acordo com a aprendizagem e a série dos alunos

Oficina - Leitura: matemática e folclore

1- Objetivos:
  • Socializar, atender às necessidades de ordem prática.
  • Desenvolver conceitos através da experiência.
  • Apreender conceitos matemáticos.
  • Usar linguagem própria da matemática.
  • Desenvolver o cálculo, incorporando experiências, relacionando quantidade.
  • Aprender a pensar e resolver, por si, as situações novas e quantitativas de sua vida.
  • Desenvolver a capacidade de pensar, raciocinar, discernir e concentrar-se;
  • Resolver problemas diários com rapidez.
  • Desenvolver bons hábitos e atitudes necessárias à adaptação à vida como exatidão, clareza, ordem, observação, julgamento, atenção e atenção ao aspecto quantitativo das coisas.
  • Desenvolver uma base sólida indispensável à vida.
  • Desenvolver o nível de letramento.
  • Incentivar o gosto pela leitura.
  • Diferenciar textos orais de textos escritos.
  • Valorizar o folclore brasileiro.
  • Explorar a variedade linguística nos gêneros textuais estudados.
2- Material necessário
  • Fábulas, contos, trovas, provérbios, adivinhas, contos
  • Retroprojetor, lâminas, pincéis
  • Traje de números
  • Colchonetes
  • Fantoches, figurinos
  • Livro original do conto a “Cinderela”
  • Caixa com livros
  • : “Os três ursinhos”, “Os 3 cabritinhos”, “ Os 3 porquinhos” ; no livro contos populares de Lindolfo Gomes, estão: “as três irmãs”, “Os três conselhos”, “As três Raças” e “As três perguntas”, “Os 4 heróis”( ou “Os músicos de Bremem”), é também uma história bastante conhecida. No livro “maravilhas do conto popular”, estão as histórias de folclores universal: “ As 3 flechas de Egill” (Escandinavia), “As 12 palavras ditas e retomadas” ( Península Ibérica), “A história dos 4 brâmanesloucos”. Sara Bryant na “Arte de Contar Histórias” reune “as 3 irmãs e Itrimombé” (Malgaxe), “Os 2 irmãos” (Betsimusarca), “O tigre e os 2 chacais” ( Indu), além das “Dez Fadas” e dos “Três cofres). Estavam na caixa também, o livro de fábulas de Monteiro Lobato, em que encontramos “os 2 burrinhos”, “Os 2 pombinhos”, “Os 2 ladrões”, “As 2 panelas” e “Pau de 2 bicos”
  • Cinderela”; “Pele de Asno”, “Pequeno polegar”, “A Bela Adormecida no Bosque”, “Chapeuzinho Vermelho”, Com “Branca de Neve” e os 7 anões.
  • Trovas, contos populares do Brasil.
  • Folhas de papel sulfite, pincéis atômicos, fita crepe
  • CD, som, música lenta
3- Tempo previsto : 8 a 10 horas
4- Informação – Como atingir os objetivos ( para o professor)

O folclore é um dos meios que levam o professor, através de tonalidades significativas, ao ensino da matemática já que a tradição cumpre, em aula, uma dupla função: recrear e educar. O folclore fornece o material necessário para a criança conhecer o mundo que a cerca, por meio das lendas, tradições, fábulas; liga com firmeza, o passado ao presente, estimula o cultivo das artes e das ciências; é um incentivo permanente à cultura em geral.
O professor deverá selecionar o material com antecedência para alcançar bons resultados material . Ele poderá proporcionar colorido às aulas com as lendas, as fábulas, as adivinhas, as trovas, as histórias, os provérbios, as parlendas etc. Deve ter sempre em mente o duplo objetivo: instrutivo e educativo.
A tradição é um fator unitivo da sociedade. “Um país sem tradição, é uma árvore sem raiz” ( Moya). O folclore representa um excelente centro de interesse para todas as atividades e conhecimentos curriculares. A história, a geografia, a linguagem, a matemática, a educação física, etc., oferecem oportunidades, ao professor, de iniciar a criança no conhecimento das belezas de nosso folclore. Um conto, uma história, incentivam a vontade de aprender e desenvolvem sentimentos generosos.
As tradições dos números, com seus pitorescos detalhes atenuam uma aula fria e árida. Esclarecem diversas questões aritméticas relacionadas com a psicologia. O professor, para isso, deve conhecer o simbolismo de cada um dos números, na antiguidade, e, ainda, nos tempos modernos e entre os nossos “primitivos”.
Tradições e lendas de grande interesse surgiram da ciência dos números e o seu conhecimento é sempre benéfico. Uma história popular pode ser objeto de um proveitoso exercício matemático. O jogo acentua as responsabilidades, incute hábitos de auto-suficiência, desenvolver a iniciativa, adapta a criação ao meio, ameniza a competição e oferece meios à imaginação.
No folclore da matemática surgem as adivinhações, os provérbios, as parlendas que poderão suavizar qualquer exercício, dando prazer e instruindo.

5- Aquecimento para o tema – sensibilizar os alunos.
  • Propor que o grupo se assente em círculo, no chão
  • O professor deve assentar-se também no círculo e colocar à frente três gravuras que representam o folclore ( as gravuras podem ser substituídas por brinquedos que representem o folclore: boi, saci, cuca, mula-sem-cabeça,....)
  • Explicar ao grupo o código do jogo: o objeto será passado de mão em mão e serão feitas duas perguntas, sempre as mesmas. A pessoa que pegar o objeto responderá à pergunta, dizendo o que o objeto lhe lembra em relação ao folclore.
  • Iniciar, então, a primeira rodada, passando o “boi” para o participante do grupo que estiver à direita e perguntando-lhe:
  • Quais histórias você já ouviu contar a respeito do boi?
  • Qual a importância desse objeto no nosso folclore?
  • O mesmo procedimento se repete até que o “boi” tenha passado por toda a roda.
  • Fazer o mesmo com os outros objetos. Ir anotando em folhas de flip as palavras ou expressões ditas pelo grupo.
  • Levar o grupo a focalizar os registros feitos e perguntar se o que foi falado representa a realidade do nosso folclore. Deixar que os alunos se manifestem por 10 minutos.
  • Mostrar alguns gêneros textuais como trovas, parlendas, adivinhas, brincadeiras Dizer que os textos fazem parte do nosso folclore
  • Passar os textos pela roda e pedir que cada um diga ou faça com o colega da direita o que escolha um gênero textual e leia-o em voz alta.
  • Perguntar, aos alunos: E você? De qual gênero mais gosta? Das trovas? Das parlendas? Das adivinhas? Por quê?
  • Convidar todos a se deitar no chão e ler os livros de trovas, adivinhas, parlendas, cantigas de rodas.
  • Quando terminar a leitura, solicitar que comentem os textos lidos. Deixar que eles falem bastante, o que sentiram, pensaram ou observaram.
  • Em seguida pedir que eles criem no caderno trovas, parlendas e adivinhas.
  • Com o auxílio do retroprojetor apresentar aos alunos exemplos dos textos estudados, aproveitando a oportunidade para explorar alguns conceitos matemáticos.
Trovas
As trovas atravessam idades e transpõem longínqüas fronteiras, unindo os povos.
A criança aprecia a linguagem poética porque a retém sem trabalho; o ritmo é, com efeito, um grande auxiliar da memória; além disso, a cadência dos versos, pela regularidade do número de sílabas e pela consonância da rima, fere-lhe agradavelmente o ouvido. A clareza de suas imagens é importante já que o espírito infantil só se interessa por descrições precisas.
Encontra-se no “Folclore de Alagoas” de Salles Cunha a seguinte trova:
Quem quiser vender eu compro
1 limão por tostão
Para tirar uma nódoa
No meu triste coração.

A quadra poderia ser um incentivo para uma aula de matemática: do limão, daríamos a noção de forma arredondada e do tostão, o confronto das moedas antigas com as modernas.

Sílvio Romero, em “Contos Populares do Brasil”, recolheu a seguinte:

Mancebo casai comigo
Sou fiandeira da roça
7 semanas e meia
fio meia maçaroca.

Estão claras as noções matemáticas, aí incluídas: números ímpares, o número de dias da semana e a noção de metade.

Sílvio Júlio recolheu em “Estudos Gauchescos”.
Todo homem quando embarca
Deve rezar UMA vez
Quando vai à guerra, DUAS
E, quando se casa, TRÊS

Noções: seqüência dos números simples até três, em ordem crescente.

Eis, abaixo, exemplos de trovas, onde aparecem outros números:

Me chamou de 4 paus
Quatro-paus não quero ser
Quatro-paus padece muito
E eu não quero padecer!

(Tradições populares, de Amadeu Amaral)

Entrou por uma perna de pato
Saiu na perna dum pinto
O Rei Sinhô me “mandô”
Que vos contasse mais 5!

As estrelinhas são ponto
E a lua cheia novelo
Para bordar o teu nome
Nas letras do 7 estrelo
(Recolhidas por Afrânio Peixoto)

Esta em minha janela
Casada com 8 dias
Entrou uma pombinha branca
Não sei que novas trazia

(Sílvio Tomero, “Contos Poulares do Brasil”)

No tempo em que te amei
Não amei a mais ninguém
Amei 7 e a 8
9 contigo, meu bem!

(Afrânio Peixoto)

Fui pedir a São Gonçalo
Que me fizesse casar
10 noivos apareceram
9 deles fiz voltar

(Mariza Lira, “Migalhas Folclóricas”)

S.João a 24
S. Pedro a 29
S. Antônio a 13
Por ser o santo mais nobre

(Mariza Lira, “Migalhas Folclóricas”)

Calango fez um sobrado,
Com 25 janelas
Para botar moças brancas,
Mulatas cor de canela
(Sílvio Romero, “Contos Populares do Brasil”)

Açucena dentro d'água
Atura 40 dias
Meus olhos fora dos teus
Não aturam nem 1 dia
(Théo Brandão, “Folclore de Alagoas”)

Adivinhações

As adivinhações, algumas com verdadeira beleza poética, obrigam a imaginação a efetuar ágeis movimentos em busca da idéia implícita. Grande entretenimento par as crianças, as adivinhações em cuja exposição elas aplicam espontaneamente toda a sua atenção e interesse a fim de chegar ao resultado, o mais cedo possível.
Constituem uma das manifestações mais abundantes de nosso folclore.

As noções matemáticas são tiradas da solução dos enigmas ou das questões formuladas.
  • Uma bola bem feita
De bom parecer
Não há carapina
Que saiba fazer ... Lua
(Noção de esfera)

  • Que é, que é? Quanto maior,menos se vê? ....... Escuridão
(Quantidade, maior e menor)
  • 100 meninas num castelo
Todas elas vestidinhas de amarelo ........ Um cacho de bananas
(Centena)
  • Campo branco
Sementes pretas
Cinco arados
E uma chaveta........Papel, letras, dedos e pena
(Contagem até 5: os dedos da mão)
  • Somos 10 irmãos
E só um usa chapéu .......... dedal e dedos

(Dezena, Unidade, Subtração: quantos dedos são)
usam de dedal? 10-1=

Era uma boiada de 100 bois, no caminho morreram quarenta.
Quantos ficaram? ...... Os 40 que morreram.
(Subtração, centena e dezena)
  1. A meia, meia feita
Outra meia por fazer
Diga-me, minha menina
Quantas meias vem a ser? .......... Meia
(Fração, metade, par)
  • Quem de vinte cinco tira? .......... 15
(Subtração: 20-5=15)
  • Ora vê, se podes dizer
Quem é que dá, sem nada ter? ........ Relógio.
( noção de horas. Numeração romana.)
  • Quantos ovos o gigante
Golias comia em jejum? Um
(Unidade e quantidade)
  • O que é que se parte e se reparte e fica do mesmo tamanho?
O amor de mãe.
(Fração e grandeza)
  • Um trem elétrico corre a 125 km por hora. O vento sopra do oeste?
Para que lado vai a fumaça? ............ trem elétrico não faz fumaça.
(Sistema métrico: múltiplos e submúltiplos do metro)

Parlendas

Para a criança, dentre as mais interessantes missangas folclóricas, figuram as parlendas, isto é, as rimas infantis.
Luís da Câmara Cascudo agrupou-se ao lado das canções de ninar e brinquedos cantados, batizando-as de parlendas.
Rico é o rimário infantil: daremos pequena amostra desses versos de tão alto valor educativo.

Serra madeira
Senhor carpinteiro
Serra direito
pra ganhar dinheiro
(Sistema monetário brasileiro)

Dedo mindinho
Seu vizinho
Pai de todos
Fura bolo
Mata piolho
Este diz que não quer comer
Este diz que não tem de quê
Este diz que não vai roubar
Este diz que não vai roubar
Este diz que não vá lá
Este diz que Deus dará

(Numeração até 5: os dedos da mão)

Um, dois – feijão com arroz
Três, quatro – feijão no prato:
Cinco, seis – feijão pra nós três
Sete, oito – feijão com biscoito
Nove, dez – feijão com pastéis

(Numeração até 10. Ordem crescente. Dezena)

História da velha que tinha 10 filhos.”

(Citada no “Folclore da Matemática” do Prof. Mello e Souza)

Era uma velha que tinha 10 filhos
Todos 10 dentro de um fole;
Deu o tango-lo-mango num deles,
Desse 10, ficaram 9
E esses 9, meu bem, que ficaram
Foram logo fazer biscoito
Deu o tango-lo-mango num deles
Desses 9, ficaram 8.
E esses 8, meu bem, que ficaram
Foram brincar com canivete
Deu o tango-lo-mango num deles
Desses 8 ficaram 7.
E esses 7, meu bem, que ficaram
Foram fazer um bolo inglês
Deu o tango-lo-mango num deles
Desses 7 ficaram 6
E esses seis, meu bem, que ficaram
Foram a porta bater no trinco,
Deu o tango-lo-mango num deles
Desses seis ficaram cinco!
E esses cinco, meu bem, que ficaram,
Com o diabo fizeram um trato,
Deu o tango-lo-mango num deles,
Desses cinco ficaram quatro!
E esses quatro, meu bem, que ficaram
Foram aprender o português;
Deu o tango-lo-mango num deles,
Desses quatro ficaram três.
E esses três, meu bem, que ficaram,
Foram ao campo buscar cem bois,
Deu o tango-lo-mango num deles,
Desses três ficaram dois!
Desses dois, meu bem, que ficaram,
Foram ao mato caçar anum!
Seu o tango-lo-mango num deles,
E desses dois restou só um!
E esse um, meu bem, que ficou,
Foi brincar com lampeão,
Deu o tango-lo-mango no tal,
E acabou-se a geração ...
Ordem decrescente de 10 a 1. Dezena, meia dezena, meia dúzia. Noção de zero. Números pares e ímpares até 10).

Cantigas de roda

As cantigas de roda tem grande valor educativo: recreiam, desenvolvem o gosto estilístico, disciplinam e socializam.
Em relação à matemática, cabe ao professor selecioná-las entre as que atendem aos seus objetivos.

Terezinha de Jesus
De travessa foi ao chão
Acordem 3 cavaleiros
Todos 3 de chapéu na mão
(contagem até 3)

As bonecas
Mais uma boneca na roda entrou (bis)
Deixai-a roubar o meu coração (bis)
Ladrão, ladrãozinho, andai ligeirinho (bis)
Não queria ficar na roda sozinho ( bis)
Sozinho eu não fico, nem hei de ficar (bis)
Porque tenho...... para ser meu par (bis)

(adição, sinal de adição, unidade, par)

Entrei na roda
Ah! Eu entrei na roda
para ver como se dança
Eu entrei na contradança
Eu não sei dançar

Lá vai uma
Lá vão duas
Lá vão três pela terceira
Lá se vai o meu amor
No vapor pra cachoeira
(circunferência e círculo, linha e curva)

Capelinha de melão
Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa
É de manjericão

Sugestão de atividades: observação da capelinha para a aprendizagem das figuras geométricas. Portas e janelas – retangulares; aberturas circulares; vidros quadrangulares, linhas retas e curvas, verticais e horizontais, ângulos retos, agudos e obtusos).

Onde está Margarida
Olé, Olé, Olá
Onde está a Margarida?
Olé, seus cavalheiros
Mas o muro é muito alto (etc...)
Tirando-se uma pedra (etc...)
Apareceu a Margarida ( etc...)

( Ordem decrescente: cada “pedra”, isto é, cada criança é retirada até ficar sem nenhuma – noção de zero).
6- Aplicando

Com auxílio do retroprojetor, após sensibilização do tema, o professor irá introduzir o estudo da tradição dos números.
  • As tradições dos números são manifestações folclóricas consideradas como elementos de educação que se conservam na tradição popular sobreviventes de classes ocultas.

Os números serão apresentados aos alunos em forma de dramatização, utilizando os fantoches.

O 1 – representava, na antiguidade a força criadora, a harmonia e o mistério do universo. Era o deus dos números.
  • O 2 – separava as coisas materiais; representava a justiça.
  • O 3 – era símbolo da unidade e da dualidade: era a trindade divina> A sua imagem é o triângulo. É a trindade dos cristãos que se reúne em um só Deus.
  • O 4 - era mágico para os alto-peruanos, pré-colombianos e araucanos. Para Hesíodo, sagrado. Os pitagóricos veneravam o quadro e quando formulavam um juramento o faziam pelo 4.
  • O 5 – era nefasto para Hesíodo, porém, para outros, era o número nupcial porque constituía-se por números femininos e masculinos.
  • O 6 – representava a natureza com os pontos cardeais, o nadir e o zenite. Era signo da perfeição.
  • O 7 – estava consagrado à Minerva, na Grécia. Outros consideraram-no como símbolo da esterilidade. O sétimo dia era consagrado para Hesíodo. Sete foram as palavras que Jesus disse na cruz, sete os pecados capitais, sete são os dias da semana, sete os arcanjos e sete as dores de Maria.
  • O 8 – segundo Hesíodo, favorecia todos os trabalhos do homem. Era o símbolo da igualdade humana.
  • O 9 – correspondia às Musas. No Oriente, era o emblema das forças criadoras. Os gregos ligavam-no a Marte. Era propício ao trabalho. Na França, os bailarinos dão nove voltas porque dizem que assim asseguram a felicidade. Nove foram os heróis de Nuremberg e 9 as valquírias.
  • O 10 – evoca para os mágicos antigos toda a beleza e perfeição do universo. Para outros, representava a união fraternal porque as mãos que estreitam têm dez dedos. Segundo Hesíodo, o décimo dia era propício à geração de varões.
  • O 11 – Para Hesíodo era favorável: nesse dia o camponês podia tosquiar as ovelhas.
  • O 12 – representava os signos do zodíaco e segundo Hesíodo era propício ao corte das espigas. Uma superstição grega dizia: um menino de doze anos não deveria sentar-se sobre túmulos, seria, no futuro, um homem fraco.
  • O 13 – entre os judeus foi objeto de veneração e o anúncio de aventuras, ao contrário do que acontece no mundo cristão: sentarem-se treze à mesa, um morrerá, ter somente treze reais, é sinal de ruína, viajar no dia treze, desastres.
  • O 14- era sagrado e de fundo divino para os altoperuanos. Na Grécia era propício à geração de mulheres.
  • O 15 – era nefasto e o 16 era indicado para o casamento das mulheres, mas não favorável aos varões.
  • Lembrar aos alunos que muitas lendas e tradições nasceram da ciência dos números e o seu conhecimento é benéfico. Não só as lendas como trovas, provérbios, adivinhações, parlendas, jogos e superstições.
  • Formar duplas e solicitar que escolham um dos números e escreva uma anedota e adivinhas sobre o número escolhido. Criar oportunidade para que os alunos compartilhem seus escritos e afixá-los nas paredes da sala.
Dinâmica da escada:
  • Em uma sala ampla, ao som de uma música, o professor solicitará que os alunos caminhem pela sala e pensem sobre “datas importantes em sua vida”.
  • Cada aluno pegará uma folha de papel e pincel atômico. A folha deverá ser dividida em 3 partes, no sentido do comprimento.
  • A seguir o professor pedirá que, em cada tira de papel, seja escrita uma palavra que corresponda a um valor dessas datas na vida do aluno.
  • Enquanto isso, o professor marcará no chão da sala, com fita crepe, 3 degraus de uma escada.
  • Certificando-se que todos terminaram, o professor pede que cada aluno que vá aos degraus e coloque uma tira com as datas marcantes em cada degrau, em ordem decrescente de importância.
Pontos para discussão
Com os alunos em círculo, promover uma discussão :
  • No início da dinâmica, foi difícil detectar as principais datas ( “deu branco?”)
  • Que lembranças apareceram mais?
  • Que tipos de lembranças são?
  • Por que elas não estão na mesma escala de prioridade?
  • Durante nossa vida, essas datas vão perdendo o valor que tinham ou não? Explique.
  • Qual a relação entre as datas e os acontecimentos da vida?
  • Solicitar aos alunos que redijam um texto falando sobre sua vida.
Histórias que ensinam matemática
O professor irá dar prosseguimento ao seu trabalho, utilizando histórias, contos, lendas e fábulas. As histórias serão usadas para desenvolver a atenção necessária à resolução de qualquer problema matemático, porém não se pode esquecer que a história não pode ter uma finalidade técnica, um manual a seguir, ela é antes de tudo uma obra-de-arte, deve ter como finalidade imediata o prazer, transportá-la para o mundo poético.
  • Sala ampla e confortável.
  • O professor entrará com uma caixa bem grande, com embrulho de presente e perguntar aos alunos o que há lá dentro, brincar de advinha.
  • O que é o que é? Que tem.... ( características do livro)
  • Depois da brincadeira, pedir aos alunos que retirem da caixa e leiam em voz alta os títulos dos livros e falem sobre a capa, as ilustrações, o índice, o sumário, a quarta capa...
  • Na caixa estavam os seguintes livros: “Os três ursinhos”, “Os 3 cabritinhos”, “ Os 3 porquinhos” ; no livro contos populares de Lindolfo Gomes, estão: “As 3 irmãs”, “Os 3 conselhos”, “As 3 Raças” e “As 3 perguntas”, “Os 4 heróis”( ou “Os músicos de Bremem”), é também uma história bastante conhecida. No livro “maravilhas do conto popular”, estão as histórias de folclores universal: “ As 3 flechas de Egill” (Escandinavia), “As 12 palavras ditas e retomadas” ( Península Ibérica), “A história dos 4 brâmanes loucos”. Sara Bryant na “Arte de Contar Histórias” reúne “as 3 irmãs e Itrimombé” (Malgaxe), “Os 2 irmãos” (Betsimusarca), “O tigre e os 2 chacais” ( Indu), além das “Dez Fadas” e dos “Três cofres). Estavam na caixa também, o livro de fábulas de Monteiro Lobato, em que encontramos “os 2 burrinhos”, “Os 2 pombinhos”, “Os 2 ladrões”, “As 2 panelas” e “Pau de 2 bicos”
  • Os alunos deverão manusear os livros, observando sua escrita e imagens.
  • O professor poderá aproveitar a oportunidade para ensinar números pares e ímpares, ordem crescente e decrescente.
  • Os alunos poderão levar para casa os livros escolhidos e lê-los para os pais e irmãos.
  • Na próxima aula eles irão relatar oralmente as histórias lidas e como foi o trabalho desenvolvido em casa.
Com auxílio do retroprojetor, o professor irá explorar conhecimento sobre o escritor Perrault, explicando aos alunos que em 1867, ele publicou o primeiro livro de histórias para crianças, recolhidas do povo, que até hoje constituem as belas joias da literatura infantil: “Cinderela”, “Pele de Asno”, “Pequeno Polegar”, “A Bela Adormecida no Bosque”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Branca de Neve e os 7 Anões”.
  • Aproveitar “Cinderela” para introduzir o conhecimento das horas, dos algarismos romanos até XII (Cinderela deveria sair do baile à meia noite); “Pele de Asno”, a história da princesinha que preferiu a miséria, a perda de sua dignidade moral, seria motivação para uma aula de sistema monetário.
  • Pequeno polegar”, com a célebre bota de 7 léguas, levaria conhecimento das medidas de comprimento, além do metro.
  • A Bela Adormecida no Bosque”, com seu sono de 100 anos, fixaria a noção de centena.
  • Chapeuzinho Vermelho”, levando os bolinhos para a avozinha, permitiria que fossem iniciadas as noções de divisibilidade por 2; quantos bolinhos levava Chapeuzinho? Se ela e a vovó fossem comê-los, ganhariam número igual? Sobraria algum?
  • Com “Branca de Neve” e os 7 anões”, os alunos teriam a atenção voltada para o tamanho das
  • caminhas, das roupas, dos sapato; daí surgiria a idéia de maior e menor.
Dinâmica: a visita do E.T.
  • Em sala ampla, o professor pedirá que todos caminhem pela sala, ela avisará que chegaram E.T's na Terra e gostariam muito de saber sobre os livros apresentados.
  • O professor comentará que apareceram 5 jornalistas para conversar com os E.T's, e colocará crachás com a inscrição “Imprensa” em 5 alunos.
  • Em seguida, o professor pedirá que se formem 5 grupos de E.T.s, com 1 jornalista em cada grupo, sentados no chão.
  • Esses 5 jornalistas irão registrando as perguntas que os E.T.s fizeram sobre as histórias dos terráqueos.
  • Para cada grupo, serão dados 1 cartolina e 1 pincel atômico; e o(a) jornalista anotará os itens mais interessantes perguntados pelos E.T.s e irá procurar responde-los.
  • A prefeitura também pretenderá ajudar e enviará 5 consultores da cidade para complementar as dúvidas dos E.T's ( nesse caso, poderão ser envolvidos outros professores).
  • Antes de finalizar, o facilitador perguntará se as expectativas dos E.T.s foram atendidas e pedirá aos jornalistas que afixem a matéria da reportagem (as cartolinas na parede)
  • Refletir se é mais fácil produzir textos escritos ou orais. Aproveitar para falar da importância do uso da escrita em nossa sociedade. Diferenciar os textos orais dos escritos. Discutir sobre a variação lingüística nos diversos textos que circulam em nossa sociedade
  • Aproveitar a dinâmica do E.T. para que o aluno possa verbalizar as fantasias e discutir assuntos desprovidos das “amarras sociais”, isto é, de preconceitos, estigmas e estereótipos sobre as diferenças.
7-Vivências : contextualizando
Com os alunos em círculo, professor prepara o ambiente para contar a história de Cinderela. (Intertexto)

Cinderela
Meninos escutem a história
Da Cinderela Catita
Que era tão pobre, coitada
Porém meiguinha e bonita

A boa fada madrinha
Um rico vestido lhe deu
E foi assim que a mocinha
Ao baile compareceu
Dlim! Dlim! Dlom! É meia noite”
É preciso já fugir...
E na pressa, Cinderela
Deixa o sapato cair.

Afinal a Borralheira
Experimenta o sapatinho
E lá se vai para a igreja
O mais lindo casalzinho.

Suas irmãs e a malvada
da Madrasta, a invejaram
os ratinhos, na cozinha
A Cinderela ajudavam.

No Palácio iluminado
Que Alegria! Que festança!
Cinderela bem vestida
Com seu príncipe dança.

Quero ver qual pezinho
Que neste sapato cabe
(Com a dona do sapato,
Casa o moço, já se sabe!)

A festa do casamento
Durou dias inteirinhos
E eu posso deixar crianças: “Estavam bons os docinhos!”

Partindo de rico vestido, o professor irá levantar alguns pontos para discussão: sistema monetário, o valor da moeda, o real, o dólar; juros, sistema capitalista, compra à vista, a noção de par; do salão do baile: forma retangular e perímetro; das estrelas do vestido de Cinderela: forma pentagonal; dos ratinhos: contar em ordem crescente e decrescente; das janelas do palácio: as formas triangular, circular, quadrangular, ângulos; da varinha de condão: linha reta e vertical; dos confeitos do bolo de casamento: a noção de esfera; do relógio: as horas, os minutos, os segundos e numeração romana; o feitio dos doces do casamento: esfera, cilindro, cone e prisma: os docinhos divididos em pratinhos: divisão por 2, 3 e 5, 9 e 10, etc...

8- Aplicação: Encenando
  • Pedir aos alunos que leiam o conto original “Cinderela”. Dividir o grupo em dois subgrupos e solicitar que preparem a dramatização de uma cena do livro. Podem ser usados figurinos e fantoches.
  • Cada grupo apresenta a cena e, após as encenações, o grupo é solicitado a avaliar o comportamento das personagens principais e secundárias, o enredo, o conflito vivido por Cinderela.
  • Contextualizar a história. Oferecer oportunidade para que o grupo exponha suas idéias. Conduzir a reflexão por meio de um conjunto de perguntas relacionadas ao tema estudado.
  • É importante ter sonhos?
  • O que precisamos fazer para realizar nossos sonhos?
  • Todas as pessoas têm oportunidades iguais de realizar seus sonhos?
  • Existe relação entre realização pessoal e condição social?
  • Realizar sonhos e atingir metas depende de quê?
  • De sorte? De oportunidade? De esforço pessoal? De circunstâncias sociais? De circunstâncias econômicas.
  • Solicita que os alunos pesquisem com seus pais e avós como eram as brincadeiras em sua infância, a maneira de agir, vestir-se, comportar-se, etc.
  • Explicar que os dados obtidos devem ser registrados e trazidos para a aula seguinte.
  • Dar oportunidade para o grupo compartilhar sua pesquisa.
9- Metacognição : O que aprendi de significativo?
  • Solicitar que os alunos façam registros livres sobre o que aprenderam de significativo na oficina de matemática e folclores.
  • Dar oportunidade para o grupo compartilhar sentimentos e percepções.
Educação física – Brincadeiras que podem ser exploradas na aula de Educação física
  • O professor de educação física irá desenvolver atividades como:
Brinquedos de contagem
As crianças, para a escolha dos personagens principais dos jogos motores, usam os brinquedos de contagem

Une, dune, tre (Rio) 
Une, dune, tre
Salamê, minguê
O sorvete colorê
Une, dune, ter

Uma, duas angolinhas
Uma, duas angolinhas
Finca o pé na pampolina
O rapaz que o jogo faz
Faz o jogo do capão
Corre já mane João
Que lá vai um beliscão

Hoje domingo
Hoje é domingo
Pé de cachimbo
Galo monteiro
Pisou na areia
A areia é fina
Deu no sino
O sino é de prata
Deu na Marta
A Marta é valente
O tenente é caolho
Furou o olho
Quem é capaz de pegar?
Tique-taque
Tique-taque
Carambola
Este dentro
E este fora!

Jogos motores

Os jogos motores constituem verdadeiro exercício físico infantil. Eles têm um valor pedagógico na educação, recreação e instruindo.
1- Boca do forno
Boca do forno
Forno
Tudo o que seu mestre mandar?
Faremos todos

( A ordem do da pessoa varia muito. Pode ser usado, na maioria das vezes, noções matemáticas, por exemplo: ande em linha reta, vai lá dentro e veja as horas, dê uma volta ao redor do terreno, etc...).
  1. Pique
Uma das crianças, pela contagem é quem vai pegar os companheiros. O “pegador” conta até 20, de frente para a parede, de olhos fechados.

Passa então a procurar os amigos. Descobrindo um, procura pegá-lo e, se o conseguir, por ele será substituído e o brinquedo continua.

Paremiologia dos Números
Os provérbios são saborosíssimos pelo pitoresco da expressão, pelo colorido dos conceitos e porque condensam toda a filosofia dos povos.

É valiosa a contribuição dos adágios, no ensino da matemática por ser abundante a sua documentação, não só no que se refere aos nossos provérbios, autóctones, como aos de influência estrangeira.
Eis alguns, entre centenas de exemplos, que envolvem os números:
  • Em terra de cego quem tem 1 olho é rei.
  • 1 dia pior, outro melhor.
  • 1 bom julgador por si se julga
  • Abra 1 olho para vender e 2 para comprar.
  • 5 Onde come 1, comem 2.
  • 2 bicudos não se beijam.
  • Quando 1 não quer 2 não briga.
  • Galinha pedrês vale por 3.
  • Chovam 30 maios e não 1 junho.
  • Quem aos 20 não sabe, aos 30 não casa, aos 40 não tem: tarde sabe, tarde casa, tarde tem.
  • Ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão.
Os provérbios constituem o alicerce moral do povo, são exemplos de amor, reconhecimento, obediência, respeito, confiança, gratidão para com os superiores, de proteção, justiça, cooperação, paciência, devotamento e fidelidade para como os irmãos, confiança, atenção e deferência para com os amigos.

Outras atividades
  • Na sala de informática: pesquisa no “Google” sobre brincadeiras do passado e brincadeiras contemporâneas.
  • Concurso de “trava línguas”, “provérbios”
  • Exposição de brinquedos tradicionais.
  • Desenvolver uma oficina voltada para o desenvolvimento de brincadeiras como: “cantinho”, “cabra-cega”, “balança caixão”, “passa anel”, “fita”, “amarelinha”, “pique esconde”, “céu e inferno”, “seu lobo”, “batata quente”, “gatinha parda”, etc.
  • Campeonato de “pião” e “peteca”.
  • Trabalho de campo: visitas às lojas para conhecerem brinquedos de alta tecnologia.
Avaliação: Portfólio

Referência:
SRE – Monte Carmelo, em Capacitação realizada pela SEE/MG, no município de Belo Horizonte.

Postado por Susana Lúcia do Nascimento

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