Oficina - Ética: formação social e pessoal

Oficina - Ética: formação social e pessoal

1- Objetivos

• Compreender o voluntariado como forma de exercício da cidadania
• Responsabilizar-se pela solução dos próprios problemas e dos problemas da comunidade.
• Compreender o que significa ética
• Aprender a construir ideias coletivamente por meio do trabalho em grupo
• Conscientizar-se das próprias representações acerca da solidariedade.
• Avaliar criticamente a sociedade em que vivem.
• Diferenciar fato de opinião
• Posicionar-se criticamente diante de textos lidos, apresentando apreciações e valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas.
• Desenvolver o poder de argumentação
• Aumentar o nível de letramento

2- Material necessário -Tempo previsto : entre 8 a 12 horas.

• Som e CDs – música suave
• Fita crepe
• Fotos ou gravuras
• Colchonetes.
• Painel de papel pardo com cerca de 1,80m de comprimento.
• Folhas de flip para o Banco de Perguntas.
• Cartaz ou transparência com os conceitos de voluntariado, capital social e cidadania
• 3 folhas de papel pardo
• Pincéis para papel ( marcadores tipo Pilot)
• Lâminas
• Gênero textual – fábula : A cigarra e a formiga
• Gênero textual “A última Crônica”
• Roteiro de perguntas
• Canção “Comida” - Titãs

3- Integração – sugestão : Caminhada da inclusão

4- Aquecimento para o tema – relaxamento dirigido

• Fazer uma roda inicial de integração ao som de uma música suave.
• Convidar os participantes a se deitar para fazer um relaxamento e uma visualização dirigida.
• Sugerir que comecem espreguiçando, respirando fundo, fechando os olhos e procurando uma posição relaxada e confortável.
• Ao som de uma música, ir dando as instruções para o relaxamento, com voz pausada e suave:
• Contraia o pé direito e, em seguida, relaxe-o, voltando à posição inicial...Repita o mesmo movimento três vezes. Mantenha o ritmo natural de sua respiração.
• Contraia o pé esquerdo e, em seguida, relaxe-o, voltando à posição inicial. Mantenha o ritmo natural de sua respiração.
• Volte agora ao pé direito e estique-o; depois, deixe-o ficar relaxado. Repita o mesmo movimento três vezes.

Observação: Repetir as mesmas instruções para o pé esquerdo, a mão direita e esquerda, braço direito e esquerdo, ombros, quadris, rosto.

5-Vivência : visualização

• Terminado o relaxamento, solicitar que os participantes permanecem ditados, de olhos fechados e convidá-los a imaginar uma pessoa solidária, que trabalhe voluntariamente em favor de uma causa de interesse comum. Pode ser uma pessoa real, que eles tenham efetivamente conhecido, de que tenham notícia, ou uma personagem imaginária, que eles vão criar e visualizar.
• Com voz pausada e suave, sugerir que os participantes visualizem a pessoa, as características dela, suas atitudes, como age, o que costuma fazer.
• Deixar que cada um crie suas imagens em silêncio. Depois de 5 minutos, conduzir o grupo de volta da viagem, devagar, fazendo-os espreguiçarem-se, virarem-se de lado para se sentarem, abrir os olhos.
• Solicitar que cada participante registre em uma folha previamente colocada ao seu lado o que visualizou.

6- Reflexão dialógica : perfil de uma pessoa solidária

• Preparar previamente o contorno de um corpo humano em tamanho natural em um painel de papel pardo
• Convidar os participantes a compartilhar seus registros e ir escrevendo no contorno do corpo as características de uma pessoa solidária, localizando as características de acordo com o seguinte simbolismo:

a)Próximo aos pés e pernas, para onde a pessoa quer ir, quais são suas metas e projetos de vida.

b)Próximo às mãos, como ela age no dia-a-dia.

c)Na região do coração, os sentimentos em relação a si mesmo, aos outros, à natureza.

d)Na região da cabeça, o que ela pensa.

e)Ir negociando com cada participante o significado do que diz, provocando a explicitação de ideias e a construção coletiva do perfil.

7- Informação: solidariedade, voluntariado e cidadania

• Fazer uma exposição sobre o sentido contemporâneo do voluntariado e sobre o que significa ser voluntário no contexto das organizações que compõe a sociedade. Localizar as instituições não governamentais – ONGs, Organizações da Sociedade Civil OSCIPs) contribuem para a geração de capital social e que podem ter um papel político importante na transformação social, na defesa dos direitos humanos, na ajuda humanitária em momentos de crise, na preservação ambiental. Exemplificar como entidades internacionais, que sejam de conhecimento geral, como o Green Peace ou a organização de Médicos sem Fronteiras. A C&A, por exemplo, incentiva o voluntariado de seus funcionários e permite que eles dediquem parte de seu tempo de trabalho atuando como voluntários em entidades do Terceiro Setor. Há também empresas que levam em conta o fato de um candidato a uma função remunerada realizar ou ter realizado trabalhos voluntários.

• Apresentar, em cartazes ou transparências, o conceito de voluntariado, ética, cidadania e capital social, seguido de pessoas como : Betinho, Madre Teresa de Calcutá, Gandhi,Martin Luther King, etc, mostrando que elas constitui um grupo de pessoas que representam a solidariedade, tiveram o objetivo de defender os interesses dos menos favorecidos. São pessoas que tiveram competência, atuação voluntária e solidária.

7.1-Reflexão dialógica – Quem e o que precisam de cuidado ?

• Selecionar previamente fotos que representam pessoas, plantas, animais, objetos, ambientes ( rios, jardins, ruas, escolas), em situações que exijam diferentes tipos de cuidados. Incluir fotos que representem pessoas que necessitam de cuidados especiais ( por exemplo, um bebê recém-nascido; um cachorro machucado, uma pessoa idosa, um jovem numa cadeira de rodas, etc.)
• Colocar as gravuras em um envelope e solicitar que cada participante retire uma, aleatoriamente.
• Incentivar cada participante a imaginar que o que está representado na gravura realmente existe.
• Dizer que cada um agora é responsável por cuidar de “seu ser” e solicitar que encene para o grupo como cuidaria dele.
• Apresentar duas caixas e dizer que o ser representado na foto será dado a um homem ou a uma mulher. Pedir que cada participante coloque a figura na caixa que corresponda á situação em que o ser representado seria mais bem cuidado.
• Solicitar que todos falem de “seu ser” e compartilhem no grupo percepções, sentimentos e ideias.
• Sugestões de perguntas para discussão:
• O que você imaginou em relação ao seu ser?
• De que tipos de cuidado ele precisou?
• Que cuidado você representou na mímica?
• Foi fácil cuidar?
• É mais fácil cuidar de quê? Explique.
• É mais difícil cuidar de quê? Explique
• O que aconteceria se o ser representado na figura não recebesse cuidados?
• Que imagens foram colocadas na caixa dos homens? E na caixa das mulheres?
• Algum tipo de imagem foi colocado com mais freqüência na caixa do homem ou na caixa da mulher? Por que será?
• Homens e mulheres cuidam do mesmo modo e das mesmas coisas? Por que será?

8- Aplicação

• Introduzir o gênero textual “A cigarra e a formiga” , o professor irá fazer a leitura em voz alta e, em seguida pedir aos alunos que estabeleçam a relação entre o assunto estudado e o tema da fábula, levando-os a fazer inferências, informações implícitas de que a história pode ser entendida como um elogio da acumulação de bens, do aumento do patrimônio, como um louvor da sociedade capitalista, como uma crítica à vida social despreocupada e ociosa dos artistas, ou então, precisamente ao contrário, como uma crítica à frieza do capitalismo, que só se preocupa em aumentar sua fortuna, sem gozar dos prazeres da vida e sem se importar com os necessitados. “A cigarra e a formiga” foi escrita na França no século XVII, por um membro da aristocracia, e decerto retrata os valores éticos daquela época e daquela classe social. Trazer essa discussão para a sociedade brasileira do século XXI.
• Levantar as necessidades ( problemas e desejos) da população de nosso país, de nossa sociedade e, junto com o grupo, priorizar três, por meio de votação e negociação de pontos de vista.

• Dividir a turma em três equipes e responsabilizar cada uma delas pela análise de uma necessidade ( problema ou desejo), a partir das seguintes perguntas:

a) Qual a causa da necessidade ( falta, problema ou desejo)?

b) O que poderá acontecer se a necessidade ( falta, problema ou desejo) não for satisfeita?

100. Que forças restritivas ( limitações, desafios, dificuldade) podem dificultar a satisfação da necessidade ou a solução do problema?

d) Com que forças propulsoras ( motivações, apoios, facilidade, recursos) podemos contar para alcançar a satisfação da necessidade ou a resolução do problema?

• Esclarecer que cada equipe deve registrar suas conclusões em letra grande e legível em um cartaz ou transparência e preparar-se para explicar suas conclusões em plenário.
• Coordenar as apresentações e a discussão em plenário com o objetivo de escolher uma das necessidades ( problemas ou desejos) como foco inicial para atuação do grupo.
• Em seguida colocar a música “Comida”.
• Conduzir uma discussão dialógica ( debate regulado). Explicar em que consiste a discussão dialógica, consensar com o grupo os critérios para realizá-la adequadamente, escolher um voluntário para controlar a ordem das falas e outro para marcar o tempo de duração do debate. (direito à réplica e tréplica).
• Ao final do tempo estabelecido para o debate, levar os participantes a uma síntese pessoal dos principais pontos e, em seguida, avaliar o debate, de acordo com os critérios previamente estabelecidos pelo grupo.
• Em seguida projetar o gênero textual “ A última Crônica” que aborda as desigualdades sociais, a fome e o preconceito em um tom de humor.
• Pedir aos alunos que identifiquem os efeitos de humor presentes na crônica, estabelecendo associações com o assunto estudado.
• Identificar o tema central.

8.1- Aplicação – cuidar e ser cuidado

Propor ao grupo a seguinte atividade para exercitar a capacidade de cuidar e de ser cuidado:

• Cada um sorteia o nome de um ou uma colega do grupo e mantém segredo do nome sorteado.
• Durante duas semanas, a pessoa vai cuidar desse ou dessa colega como se fosse o “anjo da guarda” dele ou dela.
• Caberá ao “anjo” imaginar formas criativas de cuidar de seu protegido ( mandar mensagens anônimas pelo correio ou telefone, surpresas entregues por um mensageiro, ajudar o protegido em alguma tarefa, encorajá-lo a lutar por seus objetivos, etc.), mantendo sempre encoberta a sua identidade.
• Fazer o sorteio dos nomes e combinar o período para realização da atividade.
• Recomendar que todos guardem os “sinais” dos cuidados recebidos para compartilhar no grupo no dia combinado para o término da atividade. Explicar que somente nesse dia serão reveladas as identidades.

9- Metacognição

1-Solicitar que cada participante registre no “caderno de Registro” sua resposta pessoal para as seguintes perguntas:

• O que fizemos no encontro de hoje?
• Para que fizemos?
• Podemos cuidar sozinhos de muitas coisas, mas existem coisas que só podem ser cuidadas por todos, coletivamente. Você concorda com essa afirmativa? Explique.
• Fazer uma pesquisa a fim de fazer um levantamento das pessoas da comunidade que praticam a solidariedade.
• Identificar os gêneros textuais estudados: letra de música, fábula e crônica, considerando a sua função social.
• Em seguida pedir-lhes que produzam um poema sobre “solidariedade”

2- Dar oportunidade para que os alunos compartilhem no registros.

10- Avaliação: Portfólio

11- Planejamento coletivo com o professor de educação física.

• Trabalho de campo : visitas a asilos, creches, orfanatos entre outros, para conhecer e vivenciar exemplos de voluntariado e solidariedade.
• Exercitar a boa convivência, o respeito, os limites, os deveres nas regras do esporte: futebol, vôlei, pingue-pongue, boliche, handball, peteca etc.
• Jogos: competição saudável ( dama, xadrez).
• Filmes que falam da vida de grandes nomes.
• Passeata, caminhada, passeio de bicicletas pela paz, etc.

SRE – Monte Carmelo em Encontro de Escolas de Educação Integral, promovido pela SEE-MG

Postado por Susana Lúcia do Nascimento